NINGUÉM PERDE POR ESPERAR!




“Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípicios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel...” Ex 3,8a


Nesta quaresma temos meditado, através da Liturgia Diária, sobre a história de conversão do povo de Deus durante os quarenta anos no deserto. Esse povo caminhou em busca de um sonho, aguardando a realização de uma promessa.


Com certeza cada um de nós vive hoje a expectativa da realização de um sonho, uma meta; seja na área profissional, afetiva, familiar... Enfim, não importa a idade que temos e as conquistas que fizemos ao longo da vida, sempre teremos algo a esperar de Deus.


Se pesquisarmos no dicionário, veremos que existem vários sinônimos para o verbo “esperar”: Ansiar, almejar, aguardar, confiar, acreditar. De todos, creio que os dois últimos, sejam os mais importantes e significativos para nós cristãos.
Esperar em Deus é confiar que Ele é fiel as suas promessas e acreditar que Ele pode fazer o que muitas vezes para nós é impossível.


Mas a espera é fácil? Com certeza não! O povo hebreu durante a travessia no deserto da espera viveu tempos de lutas, de infidelidades, de questionamentos, murmurações e dor... Foi alimentado com o Maná, mas chorou de saudades das cebolas do Egito, por quê? Porque queriam soluções imediatas, sinais e felicidade sem sacrifício e sofrimento... Algo muito próximo do que nós vivemos.


Como vimos na Pregação do Padre Fábio postada no blog, esse tempo de travessia é necessário para nós porque faz parte de um processo. Fugir desse processo por medo ou impaciência de viver o tempo necessário de espera e aceitar soluções imediatas, é aceitar qualquer pedacinho de terra árida quando a promessa de Deus é pela terra ampla e prometida, onde correm leite e mel. Então não podemos nos contentar com o pouco, ou com qualquer coisa, mas confiar que Deus nos faz esperar porque Ele está nos preparando para nos dar o MELHOR, e exatamente o que precisamos.


A paciência é, sem dúvida, um preceito para a espera. E o tempo cronológico de espera será diferente para cada pessoa, porque o processo que cada um precisa passar também é único. Nunca nos esquecendo de que o tempo de Deus não é o nosso e Ele como Senhor de todas as coisas, que sabe de tudo aquilo que necessitamos para a nossa travessia, não nos deixará sós.
Não há espera que seja fácil e que não implique em dor. Mas se o sofrimento não nos trouxesse algum tipo de ensinamento, não haveriam por ai tantos testemunhos de pessoas que se superaram e descobriram novos horizontes e até um novo sentido para a vida após a dor e após uma perda. Muitas vezes é preciso perder para ganhar.
Jesus, o Filho de Deus, antes de passar pela glória da ressurreição, passou pelo sofrimento da Cruz, esperou três dias, desceu à mansão dos mortos e só então foi vitorioso sobre a morte. Quem somos nós para querer chegar ao arco íris sem passar pela aridez do deserto, ou para merecer a glória, sem abraçar a nossa Cruz?!


Eu tenho vivido um longo tempo de espera: onze anos desde que Deus respondeu a um pedido meu com uma promessa. E muitos foram os ensinamentos que Ele me proporcionou através desse duro processo de paciência. Muitas e muitas vezes, tive a tentação de aceitar uma terrinha árida qualquer por não querer atravessar o deserto; há um preço a ser pago pela fidelidade ao Deus das promessas. Há todo um povo que ao longo do caminho se levanta para dizer: louca, insensata! Isso não vale a pena, é duro demais, ninguém mais vive assim...


O mundo de hoje come as cebolas do Egito sabendo que são marcas da escravidão, mas têm medo do preço a ser pago pela liberdade. É mais fácil ir na onda dos outros do que “nadar contra a maré”, porque fazer isso exige sacrifício e coragem. É mais fácil agir como todo mundo age porque assim, eu terei respostas e soluções imediatas para os meus sonhos, mas será que essas respostas são definitivas, sólidas e verdadeiras? Será que ter aquela terrinha árida no meu tempo, do meu jeito vai me fazer mais feliz do que esperar pela Terra Prometida pelo Senhor, no tempo Dele, segundo a vontade Dele?


Eu posso testemunhar que ninguém perde por esperar! Não é fácil. Mas tudo o que é difícil de ser conquistado tem mais valor e é mais sólido. Minha força e minha tranqüilidade estão na certeza de que o Senhor é fiel, e não é um Pai que dá pedras quando um filho lhe pede pão.


Jesus pagou um alto preço na Cruz para que eu e você não fossemos mais escravos de ninguém, nem de nós mesmos, das nossas vontades e desejos e quando me refiro a desejos, falo de todo tipo, pois eles são reais em nossa vida, porém não podem ser mais forte do que nós e nos escravizar. É por Jesus que eu vivo a minha espera, vencendo minhas vontades e desejos pela expectativa da realização dos meus sonhos Nele, com Ele e para Ele, pois não quero ser como aquele povo que murmurou, foi infiel e morreu pelo caminho, sem alcançar o arco íris, a Terra Prometida. Preferiu as cebolas à espera pelo leite e pelo mel. De nada me adiantará um pedacinho de terra árida onde o Senhor da minha vida não puder habitar, será um sonho vazio. e sem sentido.


Se você vive a expectativa pela realização de um sonho, um ideal, uma meta; se aguarda uma resposta de Deus e acredita que ela está demorando, creia: Deus muitas vezes atrasa os nossos sonhos, porque os sonhos Dele para nós são muito maiores e melhores!
Confie e espere pelo MELHOR e não se contente com qualquer coisa que lhe for oferecida, pague o preço, ele é alto, eu sei, mas vale a pena. Não viva de ilusões, felicidades momentâneas, viva de certezas em Deus e de alegrias verdadeiras!!!

Fraternalmente e com esperança,

Rosangela,
Comunidade Mater Crucis.

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O Nome “Mater Crucis” sintetiza: Plenitude do Ser Mãe. Maria por sua Maternidade Divina acolhe aos pés da cruz os filhos de Deus dispersos. Como Comunidade, buscamos viver a vida Fraterna, contando com a Providência Divina e nos esforçando na vivência radical do Evangelho.

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