II DOMINGO DA QUARESMA


Há dificuldades no caminho porém garantia de vitória


A liturgia de hoje nos convida a uma reflexão muito rica. Na primeira leitura nós temos a promessa que Deus faz com Abraão, e já nos mostra o escritor sagrado que a aliança que Deus faz de dar a Abraão uma numerosa descendência passará pelo sacrifício. 'Abraão tu serás grande mas terá que sofrer. Não pode ser grande sem sofrer. A gente sabe que é onde a gente derrama o sangue que fica a verdadeira marca. Se você quer que ele dê valor, faça ser difícil, porque tudo o que vem muito fácil, muito fácil vai embora.

Na história da salvação vemos que Deus a todo o tempo está educando o povo nesta pedagogia, Ele não quer infantilizar ninguém. Deus é muito claro. A ação de sua graça será de proteção, mas faça o seu esforço, e Abraão sabe muito bem que a promessa dessa descendência vai custar sacrifício, e isto vai sendo revelado aos poucos.

Se você entrar no caminho do Senhor, como dizia São Paulo a Timóteo, prepara te para o sofrimento. Não o sofrimento pelo sofrimento, mas o processo pelo qual se torna uma pessoa grande, sacrifício. Se você quer realmente alcançar um bom resultado, você tem que se esmerar na preparação desse resultado.

Quando Deus está falando para Abraão: “Abraão prepare-se Eu vou fazer com você uma aliança mas você vai ter que ser fiel ao que estou propondo”. A garantia da realização desta promessa é que você seja fiel dia por dia. Não fique querendo fazer fazer tudo de uma vez porque isto não é possível. O cuidado do todo depende do cuidado com a parte, é a observância do dia a dia para que você possa viver e alcançar o resultado que Deus preparou para você. Nós temos o sinal do arco-iris que vai de um ponto ao outro da terra para nos lembrar que a promessa de Deus é grandiosa, ela vai nos fazer sair de um lugar para chegar ao outro. É para nos recordar que teremos que teremos de viver o processo da caminhada.

Deus é processual, e estamos falando de promessa, no contexto do povo de Israel. O povo quer outra coisa se não o chão para descer as suas malas. O promessa que Deus faz ao seu povo é de vida plena, de abundância, de uma terra que vai jorrar leite e mel. Ninguém ganhou a terra prometida de mão beijada.

Deus é sábio Ele sabia que precisava fazer o povo caminhar, porque é no processo desta caminhada que se daria o aprendizado. O problema é que os nossos olhos muitas vezes estão fixos no resultado e muitas vezes Deus não está nos levando ao resultado mas ao processo. Não podemos ter os olhos fixos no final ou não descobrimos a graça que que Deus tem para nós hoje.
A identidade de vocês é divina e no Evangelho onde Jesus reúne os seus três amigos. E como é que eles reconhecem a sua glória? Primeiro eles dormem enquanto Jesus começa a ouvir sobre a sua paixão, mas quando eles abrem os olhos ele vêem a glória do Senhor.

Como alguem pode ser glorioso sendo crucificado, isso é contraditório. O nosso Deus é Rei mas é coroado de espinho. Porque Ele quer ensinar a nós que não é possível chegar a concretização da promessa sem passar pelo sofrimento.

Se a gente não coloca o pé na água o mar não vai se abrir. Quando Deus viu aquele povo entrando na água e mesmo com a água pelo pescoço, Deus se comove com a fé deles e então abre o mar.

A gente também precisa descobrir o arco-iris na nossa vida. Nós não estamos só e todo nós precisamos aprender a lidar com as nossas fraquezas. Ninguém está pronto, mas a diferença é que precisamos aprender a olhar para o arco-iris, pois se olharmos para baixo só vamos avistar os deuses do estomago, que não estão nada comprometidos com as nossas famílias.
São muitos os recursos dos deuses do estomago, e os esforços deles é fazer-nos esquecer que somos território santo. Olhe para o arco-iris, olhe para o céu, não permita que ninguém use o seu corpo, você não é um objeto. Olhe para o céu, não é fácil, mas quem disse que seria. O primeiro a estabelecer vínculos com as promessas divinas é você mesmo.

Tem muita coisa que ainda é possível a ser concertada. Comece a se educar a olhar para as coisas do alto. Nutra dentro de você aquilo que é bom, que edifica. Não tenha medo de viver o sacrifício.

A água do sacramento lava tudo aquilo que os deuses do estomago deixaram em nós. Nós podemos ser libertos pelo sangue de Jesus.

Padre Fábio de Melo

Fonte: Canção Nova


COMO VIVER BEM O TEMPO DA QUARESMA



Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6, 1-2).

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.

Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, ”voltamos ao pó” que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás de tornar”. (Gênesis 2, 19)

Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.

Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola (“remédios contra o pecado”). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.

Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: “ Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal.”

Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.

Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca”.

Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.

Santo Agostinho dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e que “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.

Para isso podemos fazer uma Confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a Confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

Jesus quis que nos confessemos com o Sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do Confessor e entregar a Cristo nele representado, as suas misérias.

Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.

Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua “lembrança”, mas a sua “presentificação”; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, “torna-se presente a nossa redenção”.

Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

I DOMINGO DA QUARESMA


O primeiro domingo da quaresma nos dá a possibilidade de meditar sobre a obediência do coração como o verdadeiro culto que podemos oferecer a Deus. A primeira leitura retirada do livro do Deuteronômio é uma simples e breve profissão de fé do povo de Israel. A promessa da terra que emana leite e mel se tornou realidade, e por isso o povo oferece as primícias dos frutos da terra, lembrando-se das maravilhas que Deus realizou desde o tempo dos patriarcas até os dias de hoje. O povo foi abençoado na medida em que obedeceu ao plano de Deus. O evangelho de são Lucas nos apresenta Jesus, cheio do Espírito Santo, em jejum durante 40 dias e, no final, enfrentando três tentações especiais do diabo. Todas elas tentam levá-lo à desobediência ao plano de Deus, afastá-lo do plano redentor para seguir o caminho do tentador. Jesus responde às tentações com a adesão incondicional à Sagrada Escritura e com a fidelidade à missão confiada pelo Pai. Por isso, são Paulo diz: se com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e no teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

As tentações do cristão:

Nas tentações de Jesus podemos descobrir as tentações que afetam de modo especial o fiel de hoje:
A tentação de colocar o coração nos bens materiais. Diante das múltiplas necessidades da vida, o homem deve trabalhar e satisfazê-las. Os bens materiais e o sustento necessário constituem para ele uma necessidade de vida, mas isto não pode ser o seu principal critério de vida. Quem faz dos bens materiais o único e principal objetivo e se amarra a eles cai da condição de imagem de Deus para "se materializar". O livro da Sabedoria nos diz: "O culto de inomináveis ídolos é o começo, a causa e o fim de todo o mal" (Sab 1, 27). Ainda que os seus bens aumentem, não lhes dê o seu coração. É o que Jesus também nos diz: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todo o mais vos será dado por acréscimo... Não vos preocupeis com o que comereis ou vestireis, pois o vosso Pai celeste bem sabe de todas as vossas necessidades.

A tentação de se deixar conquistar pela paixão do poder. Não resta dúvida de que se trata de uma tentação forte no coração do homem. O homem gosta de se sentir poderoso, de mandar, controlar, dirigir, impor a sua vontade de algum modo. Jesus enfrenta esta tentação com a adoração e o culto a Deus. Quando sentirmos no coração a tentação do poder, em qualquer das suas manifestações, voltemo-nos para o verdadeiro culto a Deus que é a oblação de si mesmo, que é a obediência incondicional ao seu plano sobre as nossas vidas, a simplicidade de coração e a obediência humilde. Lembremos que servir é reinar, e que quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado.

A tentação do amor desordenado a si mesmo. Existe um amor correto por si mesmo, que consiste na realização plena da pessoa no amor, no bem, na amizade com Deus. Mas também existe um amor desordenado, o egoísmo. Neste caso, o homem olha somente para si, pensa somente em si, se esquece de Deus e dos irmãos. Do egoísmo nascem os rancores, os homicídios, os adultério. São Marcos nos diz em seu evangelho: é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultério, cobiça, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez (Mc 7, 21-22). É neste ponto que o diabo nos instiga com especial veemência: ele se alia às nossas paixões para destruir a nossa vida. Por isso, combatamos o bom combate da fé, da adesão incondicional ao plano de Deus como verdadeiro amor a nós mesmos, a Deus e ao próximo.

Como vencer as tentações:

1. Formar no coração o senso do pecado e o valor da graça.

O nosso mundo perdeu o sentido do pecado. Muitas coisas, que em outros tempos eram reconhecidas como faltas morais graves, hoje não são mais. Há uma perda do senso de Deus, da sua transcendência, da sua santidade, do seu amor. Por isto se perde o sentido e o valor de viver na graça de Deus. O que devemos fazer? Primeiramente, não podemos nos desanimar. Justamente porque a situação é grave, devemos manter a serenidade, a sensatez, a decisão e a coragem, e isto vale para todos os fiéis, especialmente para os seus pastores. Precisamos voltar a ter uma catequese que apresente o amor de Deus, a transcendência de Deus, a proximidade de Deus e o temor de Deus. Só a partir daí se desenvolverá o verdadeiro sentido do pecado. Não se trata de criar consciências angustiadas, personalidades desequilibradas e cheias de escrúpulos. Antes, trata-se de ajudar o homem a descobrir a própria liberdade, a descobrir a consciência e o vínculo que existe entre liberdade e verdade. Não podemos ser verdadeiramente livres se não respeitamos a verdade, a verdade de Deus, a verdade do homem, a verdade da própria consciência. Quem não obedece à consciência, quem comete o pecado, se torna escravo do pecado.

2. O valor do sacrifício.

A quaresma nos oferece a oportunidade de exercitar, como atletas de Cristo, a renúncia a nós mesmos. Renúncia que não tem nada de pejorativo, e sim que nos ajuda a encontrar a verdade sobre nós mesmos. Vencemos a nós mesmos para vencer a desordem que tiver se introduzido na nossa vida. Por isso, é muito recomendável a cada cristão, praticar pequenos e grandes sacrifícios por amor a Deus. Renunciar a algumas comidas preferidas, a gostos particulares, dominar a vista, oferecer uma visita diária a Jesus Cristo Eucaristia, controlar-se num momento de raiva, renunciar a algum programa de televisão preferido, renunciar a um jogo de futebol esperado... enfim, são pequenas coisas, talvez esquecidas, mas que adquirem um valor particular quando se fazem por amor. Cristo, no deserto, renunciou a todos os seus gostos para ser fiel ao seu amor por mim. Será que eu não sou capaz de renunciar aos meus gostos para ser fiel ao meu amor por Ele?


Fonte: catholic.net

QUARESMA, O QUE É?



O que quer dizer Quaresma?

A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Ramos, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.

Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.

Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

Qual o significado destes 40 dias?

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

O que os cristãos devem fazer no tempo de Quaresma?

A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.

Ainda é costume jejuar durante este tempo?

Sim, ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.

Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.

O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

Professor Felipe Aquino
Fonte: www.cleofas.com.br

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

O QUE É QUARTA-FEIRA DE CINZAS?

É um princípio da Quaresma; um dia especialmente penitencial, em que manifestamos nosso desejo pessoal de CONVERSÃO a Deus. Quando vamos aos templos em que nos impõem as cinzas, expressamos com humildade e sinceridade de coração, que desejamos nos converter e crer de verdade no Evangelho.

QUANDO TEVE ORIGEM A PRÁTICA DAS CINZAS?

A origem da imposição da cinza pertence a estrutura da penitência canônica. Começou a ser obrigatória para toda a comunidade cristã a partir do século X. A liturgia atual conserva os elementos tradicionais: imposição da cinza e jejum rigoroso.

QUANDO SE ABENÇOA E SE IMPÕEM A CINZA?

A benção e a imposição da cinza tem lugar dentro da Missa, após a homilia; embora em circunstâncias especiais, se pode fazer dentro de uma celebração da Palavra. As formas de imposição da cinza se inspiram na Escritura: Gn, 3, 19 e Mc 1, 15.

DE ONDE PROVEM A CINZA?

A cinza procede dos ramos abençoados no Domingo de Ramos, do ano anterior, seguindo um costume que se remonta ao século XII. A forma de benção faz relação a condição pecadora de quem a recebeu.

QUAL É O SIMBOLISMO DA CINZA?

O simbolismo da cinza é o seguinte:

1. Condição fraca do homem, que caminha para a morte;
2. Situação pecadora do homem;
3. Oração e súplica ardente para que o Senhor os ajude; Ressurreição, já que o homem está destinado a participar no triunfo de Cristo.
Professor Felipe Aquino



"Convertei-vos a mim de todo o vosso coração com jejuns,

com lágrimas, com gemidos".

CARNAVAL


"Como filhos obedientes, não vos conformeis com os antigos desejos do tempo da vossa ignorância; mas, assim como é santo aquele que vos chamou, sede santos, vós também, em todo o vosso proceder, conforme diz a Escritura: Sede santos, porque Eu sou santo."
I Pedro 1, 14-16

Estamos as vésperas do Carnaval e recorri, então, ao Livro do Eclesiástico para procurar sentido para esses dias que antecedem o tempo penitencial da quaresma.
Não os posso entender como dias em que se joga fora a dignidade pessoal e se permite o rebaixamento da pessoa. Lembro-me que o “Eros” desregrado conduz ao “pornô” e tem a sua oposto no ”tanatos”. Se nos dias normais, vemos tantas desgraças conseqüentes a depravação dos costumes, o noticiário dos dias de carnaval em geral é desolador.
A arte que transparece nas danças e desfiles, o trabalho dos artesãos que os precede fica obscurecido pelo “pornô” e “tanatos” que imperam nesses três dias. Cansados, artistas e o público, silenciam-se após os desfiles. Não são conduzidos a contemplação do belo que eleva a alma. Tóxicos e bebedeiras lançam nas sargetas corpos jovens, perdido o sentido da vida.
No entanto, o que nos ensina o Livro sapiencial:
“Não te deixes dominar pela tristeza e nem te aflijas com teus pensamentos.
A alegria do coração e a vida do homem, a alegria do homem aumenta os seus dias.
Ilude tuas inquietações, consola teu coração, afasta para longe a tristeza, porque a tristeza matou a muitos e nela não há utilidade alguma.”
(Cf. Eclo. 30,21-25)
Temos, já no Antigo Testamento um convite a alegria e a efusão dos sentimentos. Os judeus celebram o Ano Novo recordando o riso e a alegria de Sara e Abraão com a realização da promessa em Isaac. O Novo Testamento é todo ele o anúncio da alegria, a Boa Nova da salvação, que leva São Paulo a concitar-nos a alegria, “iterum dico”, digo de novo, repito, alegrai-vos. (Cf. Fil.4,4).
Antes de um tempo em que a Igreja convida seus filhos a uma reflexão mais intensa sobre sua presença no mundo como cidadãos do Reino e sobre o empenho que devem ter pela sua santificação, santificando todas as coisas, a Igreja também nos impulsiona à alegria, dom misericordioso de Deus, que nos faz prelibar as delicias eternas.
Sem se conformar com o mundo, o cristão tem de ser um homem e uma mulher alegre. E motivos os temos, e muitos, desde o dom da vida, da liberdade, de podermos gozar dos nossos sentidos integrados com a consciência de que caminhamos para a perfeição. “Um santo triste é um triste santo”, dizia São Francisco de Sales.
O canto, a dança, a arte, os folguedos fazem parte de nossa condição humana. Como atos neutros, podem se desviar do seu fim e é neste sentido que o Carnaval destrói a dignidade. Pelo contrário, se os praticarmos como expressão da nossa corporeidade e sentimentos dirigidos para a realização segundo a natureza em fomos criados e na consciência de redimidos, representa um crescimento pessoal e um esforço para ajuda aos irmãos, livrando-os das tristezas e penas de cada dia.
Procuremos nos alegrar, descansar dos labores pesados do dia-a-dia, nesse Carnaval. Que eles nos ajudem a preparar todo o rito penitencial da quaresma, já vivendo estes dias na alegria do Espírito Santo.


Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora (MG)
Fonte: CNBB

PORQUE PRECISAMOS DE CURA INTERIOR?


CURA INTERIOR

"Quando a graça de Deus se encontra com um espírito puro e batalhador, os milagres acontecem". (Padre Léo, SCJ)

Oferece o perdão, recebe a paz..

Como saber se eu preciso de cura interior?
Onde preciso de cura interior?
Se o médico é cuidadoso em fazer um diagnóstico do seu paciente, muito mais nós precisamos ter cuidado com o diagnóstico das nossas emoções e as das pessoas. A cura interior é importante e necessária: precisamos ser curados! Deus quer nos curar plenamente.

Por meio da cura somos restaurados em nossa personalidade. A cura interior é a chave para a cura plena da pessoa. Cada dia é um dia de surpresas que o Senhor nos reserva para colher Dele mesmo o caminho de cura que necessitamos trilhar. Podemos confiar e nos abrir sem medo à ação do Espírito Santo, Ele trabalha para o nosso bem, nosso crescimento e nossa cura. Todos nós temos uma história de vida. Essa história é a chave para nos conhecermos melhor e trilharmos um caminho, tanto de cura como de crescimento.

Muitas pessoas acreditam que precisam buscar somente a cura, porém, também se faz necessário preparar o coração para trihar o caminho de crescimento. Daí a necessidade de olharmos para a nossa história e verificar nosso caminho para cura interior. Precisamos trilhar um caminho de reconciliação com a nossa história. Não precisamos ter medo de olhar para ela. Deus quer caminhar conosco por essa mesma história para curar. Para que a libertação aconteça, é necessário existir o perdão e a reconciliação, porque “quantos sofrimentos fazem padecer a humanidade por não saber reconciliar-se, e quantos atrasos por não saber perdoar!

"Uma verdadeira paz torna-se possível somente com o perdão” (João Paulo II). É necessário nos reconciliarmos com Deus, com o outro, conosco, com a nossa história... A Paz é fruto de um coração que se abre ao perdão e à reconciliação.

Ser homens e mulheres de paz é sinal de homens e mulheres curados, libertos pelo poder do Espírito. Seremos portadores e semeadores da paz se tivermos a paz no coração. Deus nos convida, mais do que nunca, a sermos homens e mulheres conduzidos pelo Espírito Santo: “Que prevaleçam os caminhos da justiça e da paz!” (João Paulo II).

Vamos caminhar na ótica do perdão, da reconciliação com Deus, com o outro, com a nossa história, da sadia convivência, dos passos para a verdadeira cura interior, da libertação, da total conformidade com a vontade de Deus.

“Oferece o perdão, recebe a paz” (João Paulo II).

Do livro: “A cura da nossa afetividade e sexualidade”



APRESENTAÇÃO DO SENHOR


FESTA NA IGREJA

São passados 40 dias do nascimento de Jesus e nova festa na Igreja. Nossa Senhora com São José, para cumprirem o que dizia a Lei de Moisés, dirigem-se ao Templo para oferecê-lo ao Senhor e pagar o resgate simbólico estabelecido ( Ver Ex 13,1-16 e Lc 2,22-40).

Com todo o amor, humildade, obediência, simplicidade, piedade, os pais oferecem o Menino a Deus Pai. A Apresentação do Senhor, do Filho, está unida à Purificação da Mãe.

Esta Festa, já era celebrada em Jerusalém em fins do século IV.

Por que se usa velas? Porque Cristo é a LUZ DO MUNDO. Ele foi anunciado assim por Simeão:

“Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todo os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo Israel.” (Lc 2, 29-32)

Meditemos...

"Do mesmo modo que a Mãe de Deus e Virgem Imaculada trouxe nos braços a verdadeira Luz e a comunicou aos que jaziam nas trevas, assim também nós, iluminados pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos pressurosos ao encontro Daquele que é a verdadeira Luz. Chegou a verdadeira Luz, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano (cf. Jo 1,9). Portanto, irmãos, deixemos que ela nos ilumine, que ela brilhe sobre todos nós.
Que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos todos ao seu encontro e, com o velho Simeão recebamos a Luz Clara e Eterna.
Associemo-nos à sua alegria e cantemos com Ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da Luz, que enviou a Luz Verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor.
Todos os anos celebramos novamente esta festa, para nunca nos esquecermos Daquele que um dia há de voltar."
(São Sofrônio, Bispo)


"Queridos irmãos e irmãs, nesta festa da Apresentação do Senhor a Igreja celebra o Dia da Vida Consagrada. Trata-se de uma ocasião oportuna para louvar o Senhor e agradecer-lhe pelo dom inestimável que a vida consagrada representa nas suas diferentes formas; é ao mesmo tempo um estímulo a promover em todo o povo de Deus o reconhecimento e a estima por quem se consagrou totalmente a Deus. De facto, como a vida de Jesus, na sua obediência e dedicação ao Pai, é parábola viva do «Deus connosco», também a dedicação concreta das pessoas consagradas a Deus e aos irmãos se torna sinal eloquente da presença do Reino de Deus no mundo de hoje. O vosso modo de viver e de trabalhar é capaz de manifestar sem atenuações a plena pertença ao único Senhor; a vossa entrega total nas mãos de Cristo e da Igreja é um anúncio forte e claro da presença de Deus numa linguagem compreensível para os nossos contemporâneos. É este o primeiro serviço que a vida consagrada presta à Igreja e ao mundo. No meio do Povo de Deus eles são como sentinelas que distinguem e anunciam a vida nova já presente na nossa história.
O Senhor renove todos os dias em vós e em todas as pessoas consagradas a resposta jubilosa ao seu amor gratuito e fiel. Queridos irmãos e irmãs, como círios acesos, irradiai sempre e em toda a parte o amor de Cristo, luz do mundo. Maria Santíssima, a Mulher consagrada, vos ajude a viver plenamente esta vossa especial vocação e missão na Igreja para a salvação do mundo."

Amém!

PAPA BENTO XVI

Quem sou eu

Minha foto
O Nome “Mater Crucis” sintetiza: Plenitude do Ser Mãe. Maria por sua Maternidade Divina acolhe aos pés da cruz os filhos de Deus dispersos. Como Comunidade, buscamos viver a vida Fraterna, contando com a Providência Divina e nos esforçando na vivência radical do Evangelho.

Passaram por aqui...

Mural de Recados

Formações

About this blog