NA FORMA DE JOSÉ E MARIA


Não poderíamos deixar passar em branco São José, festejado no último dia 19. O pai adotivo de Jesus que é para nós modelo de santidade e confiança. Ele era um simples carpinteiro, mas um homem extraordinário e valoroso, capaz de romper com os padrões de sua época para cumprir a vontade do Senhor.

Pelo Sim de Maria, o Pai pode cumprir o seu desígnio de salvação para a humanidade e graças ao Sim de José, Jesus teve um lar e uma família onde pode crescer com segurança até que chegasse o momento de exercer a sua missão. José então foi depositário dos dois maiores tesouros de Deus: Jesus e Maria e guardou esse tesouro com Amor, fidelidade e compromisso.

José, ao receber a revelação dos planos do Senhor, esqueceu-se de si mesmo, renunciou aos seus planos pessoais e acolheu Maria como esposa.

*São José, esposo terno, compreensível, amoroso, que não pensa em si, que só sabe amar Maria, sua esposa, filha predileta de seu Deus. José, esposo de Maria, fiel e presente sempre, dom permanente de amor para os seus dois queridos que, livres das fraquezas e do pecado, acolhiam com caridade generosa suas imperfeições e fraquezas.São José, esposo de Maria, que em toda prova foi fiel; ele, o mais fraco dos três, o único imperfeito, foi perfeito pai e esposo.”
* (São José, dois mil anos depois...Germana Perdigão - Comunidade Shalom)

Diante de toda a história de santidade de José, sem deixar de falar também da santidade de Maria, é comum entre os jovens cristãos solteiros, a expressão:
Eu quero encontrar o meu ‘José’” ou “Eu quero encontrar uma ‘Maria’”.
Mas a pergunta é: qual o critério eu tenho usado nesta minha procura?

Olhando para São José, vemos que ele é lembrado através dos tempos não por ser o mais belo entre os homens ou o mais bem sucedido, mas por ter sido um homem simples, trabalhador, de muita garra, santidade, abertura de coração e obediência ao Senhor. Viveu as virtudes da pobreza, paciência, prudência, fidelidade e castidade até o fim.

E Maria? Ela que é a “bendita entre todas as mulheres” mereceu este título não em função de sua beleza ou por ter um corpão, mas por ter sido humilde, obediente, confiante, pura e casta. Uma mulher doce, ao mesmo tempo forte, e de fé.

Quando escolhemos uma roupa só porque ela está na moda, porque fulano ou ciclano disse que ela é bonita, que ela é a sua cara, que é o que todos usam e não olhamos se ela tem o tamanho certo, se ela combina com a nossa personalidade, com a nossa atitude de vida, rapidamente essa roupa cairá em desuso e a deixaremos num canto ou daremos para outra pessoa. Sem falar na frustração e prejuízo por gastar tempo e dinheiro com a roupa errada. Da mesma forma, nossas escolhas por um namorado (a) não devem ser guiadas pela beleza, pelo que os outros dizem ou acham que é melhor para nós ou pelo fato da pessoa ser cobiçada por todos, caso contrário, depois de um tempo corremos o risco de descobrir que aquele ou aquela que parecia ideal, não era a pessoa certa. E dentro de todo o envolvimento afetivo que implica um namoro, esse tipo de engano pode levar a feridas, mãgoas e decepções.

Na busca pelos “Josés” e “Marias” é preciso levar em conta valores que condizem com aquilo que José e Maria representam para Deus: valores de santidade, valores cristãos e não padrões ou critérios ditados pelo mundo. Afinidade, comunhão, diálogo são muito mais importantes do que coisas exteriores. É preciso que seja uma escolha consciente, que se vislumbre um caminhar juntos pela santidade e uma escolha assim deve ser feita sem precipitação, sem desespero (medo de ficar para “titia”, medo do que os amigos vão dizer, medo de ficar sozinho(a)). É preciso muita intimidade com o Senhor para que Ele guie as nossas escolhas e para que possamos viver o tempo necessário da espera com tranquilidade e paciência.

Avalie bem seus gostos, sua espiritualidade, seu temperamento, seu tempo, e sem exigências extremas ou idealizações pense em como você gostaria que fosse seu “José” ou sua “Maria”. Mas não se esqueça de que os critérios devem ser os de Deus e não os baseados em padrões humanos. Beleza, escolaridade, bens, não são tudo. O amor a Deus e a busca de santidade, a possibilidade de caminhar e construir juntos, é que trás a verdadeira felicidade e trás á tona a beleza concreta, aquela que é essencial e que não muda, não passa com o tempo. Na hora da dor e da dificuldade e quando a velhice chegar, a beleza exterior de nada servirá, o que fará a diferença será o Amor construído com base em valores sólidos, interiores e mais profundos.

Não deixe de fazer o exercício de fé de rever o que Maria foi para José e o que José foi para Maria; o que Deus pôde realizar através dessa experiência do Amor vivido pelo que é essencial e verdadeiro e avalie se você realmente tem conduzido bem a sua espera e se seus critérios de escolha tem sido fiéis ao seu pedido por um “José” ou uma “Maria”.

Não nos esquecendo nunca de que como mulheres que esperam pelo seu “José” temos que buscar a santidade e a pureza de Maria, assim como os homens que esperam sua “Maria”, precisam se espelhar em José e ter a coragem de romper com os padrões que a sociedade de hoje impõe para caminhar segundo os planos do Senhor.
Se este não é o seu caso, se não está sozinho, como homem cristão, tenha São José como espelho de santidade e pureza; aprenda dele todas as virtudes de excelente esposo e pai: o mundo precisa de homens assim, que façam a diferença! Já você mulher, tenha Maria como modelo de maternidade, força e fé e de virtudes hoje tão esquecidas, perdidas no meio de valores vazios e fúteis e por isso mesmo, causas de tantas depressões, insatisfações e tristezas.

Homens e mulheres à espera! Contemplem com o coração toda a beleza escondida no interior de cada pessoa ao seu redor. Tenham um olhar diferente da expectativa dos dias de hoje. As pérolas são produzidas dentro de ostras que tem uma aparência exterior sem atrativos. De repente seu “José” ou sua “Maria já entrou em sua vida e você nem se deu conta, porque olhou para a embalagem e embalagem não é presente!

Que nossa doce Mãe Maria nos proteja e interceda por nossas escolhas.
São José, rogai por nós!

Abraços fraternos,
Rosangela,
Comunidade Mater Crucis
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V DOMINGO DA QUARESMA


No Evangelho deste domingo temos a má vontade e a hipocrisia, de um lado, e a justiça e bondade de Deus, do outro.Evidentemente, o Amor é mais inteligente e vence a hipocrisia.

Uma mulher é apanhada em adultério.

Naquela época cometer adultério não significava necessariamente estar com outra pessoa, mas bastava apenas a insinuação.

Preferimos entender assim, já que não se fala do parceiro com quem a adúltera pecava.

Os fariseus, plenos de malícia, mais uma vez preparam uma cilada para que Jesus caia como blasfemo e entre em contradição com sua doutrina, a do amor.

Podemos ver aí duas atitudes:

Do lado dos fariseus temos pessoas altamente preocupadas pela legalidade e pelo cumprimento das prescrições mosaicas. Elas não suportam o pecado, dos outros!

Por isso Jesus diz : “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!” Existem pessoas que têm verdadeira obsessão pelos pecados, sobretudo sexuais, dos outros. Por que se deleitam em divulgar os pecados dos outros? Sempre arranjam justificativas para isso. Serão de fato puros e inocentes estes pregoeiros da moral?Por outro lado Jesus, condoído pelo vexame e constrangimento vivido pela mulher, quer ajudá-la, quer revesti-la com a dignidade que havia perdido – por seu pecado e pela exposição feita pelos fariseus - , quer levantá-la. Afinal ele veio para salvar, para dar vida!

Mas nesse “imbroglio” está em jogo a missão de Jesus como Redentor – e é isso que os fariseus desejam verdadeiramente atingir. Podemos dizer que os fariseus queriam pegar dois coelhos com uma única cajadada: eliminar a mulher e desmoralizar Jesus, destruí-lo.

O Senhor, conhecendo os corações e pleno de sabedoria, dá tempo ao seu sentimento humano e respira fundo, rabiscando no chão. Depois, levanta a cabeça e, senhor da situação, com toda serenidade diz: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!” Quem dentre os presentes jamais tivera um pensamento impuro? Quem dentre os presentes foi feito de natureza diferente? Quem dentre os presentes respeitava plenamente os dez mandamentos?

O pecado é um mal que fere o homem. Por isso, Deus o detesta, Jesus o detestou. Mas ele não condena o pecador, ao contrário, ele veio salvar o pecador, veio dar sua vida para salvá-lo. O que Jesus mais deseja é a salvação de quem errou. Ele não veio para julgar, mas para salvar!Aprendamos com o Senhor. Qualquer que seja a situação que estejamos, qualquer que seja o deslize de um irmão nosso, seja ele quem for, sejamos discípulos do Mestre e procuremos salvar, vestir de dignidade quem a perdeu. Isso não significa acobertar o pecado e deixar a vítima de lado, mas ter um coração como o de Deus, onde existe lugar para todos. Deus é vida, sejamos também vida!


Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J.

Fonte: Rádio Vaticano

VI DOMINGO DA QUARESMA


Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. Estas palavras de são Paulo servem como ponto de união das nossas leituras. O amor do Pai e seu rosto misericordioso se revelam em Cristo, de forma que quem vê a Cristo, vê o Pai. A parábola do filho pródigo, presente no evangelho de hoje, expressa de um modo plástico a reconciliação que Cristo nos conseguiu. Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo (II Cor 5, 19). Em Cristo temos acesso ao Pai. A primeira leitura, por outro lado, apresenta o povo de Israel que, cruzando o Jordão, deixa de ser um povo nômade, e já pode desfrutar dos bens da terra que "emana leite e mel". A esperança da terra prometida começa a se tornar realidade. Tudo é novidade para este povo que cruza o Jordão e ratifica novamente a aliança. Destes frutos da terra, podemos ver a figura da oferta do pão e do vinho que se transformaram no corpo e no sangue do Senhor.


1. Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova.


O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. Todas as imagens do Antigo Testamento: a travessia do Mar Vermelho ou do Jordão, a entrada na terra prometida, o pão do céu, são pequenas imagens diante da realidade que Deus operou em nós por meio de Jesus Cristo: transformou-nos em novas criaturas. Reconduziu-nos ao projeto original de Deus sobre o homem e nos colocou no seio da Trindade pela graça. Imitemos os padres do deserto e repitamos estes versículos da escritura: Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. Uma nova criatura! Uma nova criação! Uma novidade de vida! O antigo testamento já falava que Deus iria renovar todas as coisas: eis que eu farei uma coisa nova, ela já vem despontando: não a percebeis? (Is 43, 19). Com efeito, criarei novos céus e nova terra; as coisas de outrora não serão lembradas, nem tornarão a vir no coração (Is 65, 17). Este último texto fazia referência à renovação posterior ao cativeiro da Babilônia, que era compreendido como um novo êxodo, maior ainda que o primeiro. Contudo, a escritura tem um alcance mais profundo e, na verdade, faz referência aos tempos messiânicos e ao fim dos tempos, quando Cristo será tudo em todos. É Cristo que nos reconcilia com o Pai. Reconciliação significa realizar um acordo entre as partes numa comum unidade e entendimento. Porém, o verbo grego tem uma força de expressão maior: indica a passagem de um estado para outro. Nesse sentido, bonito é compreender o coração do pai que se alegra com o filho que estava perdido foi encontrado. O filho pródigo passa de um estado de escravidão para um estado de filiação. Por isso o pai se alegra, porque a humanidade do filho foi salva. "O pai sabe que o que se salvou foi um bem fundamental: o bem da humanidade de seu filho. Muito embora este tenha esbanjado a herança, a verdade é que a sua humanidade está salva. E mais ainda, de algum modo, ela foi reencontrada. É o que dizem as palavras que o mesmo pai dirigiu ao filho mais velho: ‘Era preciso que fizéssemos festa e nos alegrássemos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado’" ( João Paulo II, Dives in Misericordia, nº6).


1. A atitude do Pai.


O verdadeiro núcleo da parábola se encontra na atitude do Pai. Podemos dizer que a atitude do Pai com o filho errante é de uma misericórdia infinita, de uma ternura que comove. Estando ainda longe, o pai o viu e correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou; mandando em seguida aos servos que lhe trouxessem depressa a melhor roupa e pusessem em seu dedo um anel e calçado nos pés. Faz também uma festa. O Pai não concentra a atenção no pecado cometido, mas na conversão, na volta do seu filho. Estava perdido e foi encontrado. Isto é que é importante para Deus: que ninguém se perca, que todos cheguem até a casa paterna. Nossa vida é uma peregrinação para a casa do Pai. Assim fala o profeta Miquéias: esquecei as nossas faltas e jogai os nossos pecados nas profundezas do mar! (Miq 7, 19). O perdão que Deus me oferece é completo, absoluto, não tem restrições. Deus me "faz novamente", me recoloca no estado de dignidade e santidade que me são próprios como filho da casa paterna. Ezequiel nos fala maravilhosamente deste coração misericordioso de Deus: Tu, filho do homem, dize à casa de Israel: Vós afirmais: "Nossas transgressões e nossos pecados pesam sobre nós. Por eles pereceremos: Como podemos viver?" Dize-lhes: "Por minha vida, oráculo do Senhor Javé; certamente não tenho prazer na morte do ímpio, mas, antes, na sua conversão, em que ele se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos. Por que haveis de morrer, ó casa de Israel?" (Ez 33, 10-11). A atitude do Pai com o filho mais velho também é muito significativa. Da mesma forma como o Pai se humilhou para ir ao encontro do filho caçula, também se humilha para ir ao encontro do filho mais velho e convencê-lo a entrar em casa. O coração de Deus vai ao encontro do homem em Cristo Jesus. Quem viu Cristo, viu o Pai. Quem vê Cristo morrer na cruz, vê o Pai misericordioso que vai ao encontro de seus filhos. O filho mais velho também é presa de um ataque de soberba, de inveja, e diz ao Pai: quando chega esse teu filho, que esbanjou os teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado. O Pai, por sua vez, responde: "era preciso festejar e nos alegrarmos, porque este teu irmão estava morto...". O Pai lhe mostra que todos os seus bens são dele; que não quis guardar com avareza os bens, mas que os compartilha com seu filho. Comunhão de bens.


Como viver isso:


1. A reconciliação com Deus.


Reconciliar-se com Deus, deixar-se fazer novamente amigo de Deus! Experimentar a misericórdia de Deus, deixar que Ele exercite em mim a sua misericórdia! Na verdade, todos necessitamos de misericórdia. Necessitamos dela por causa das nossas grandes responsabilidades, assim como por causa da nossa fraqueza e miséria moral. Mal podemos dar três passos sem errar algum. Aprendamos a usar o caminho privilegiado da reconciliação, que é o sacramento da confissão, como sinal sagrado instituído por Cristo para perdoar os pecados mortais e para incrementar a graça santificante. Igualmente recomendáveis são os atos de presença de Deus com um profundo ato de contrição pelas nossas faltas. São atos simples, que podem ser feitos em qualquer lugar e que mantêm a nossa alma orientada para Deus. Eles preparam para uma boa e sincera recepção do sacramento da penitência.


1. A reconciliação com nossos irmãos.


Com certeza não haveria verdadeira reconciliação com Deus se não houvesse um perdão sincero pelas faltas dos nossos próximos. A atitude do filho mais velho é altamente significativa. Ele também tinha necessidade de se reconciliar com o coração de seu pai. Apesar de estar fisicamente próximo, espiritualmente estava muito longe e precisava da misericórdia do Pai. Podemos dizer que o filho mais velho descobre a misericórdia do Pai vendo a misericórdia deste para com seu irmão. Faz-se, por assim dizer, partícipe da misericórdia do Pai. Pregar a reconciliação num mundo como o nosso, onde o rancor e a vingança vão ganhando espaço nos corações, é uma grande e difícil tarefa! Por isso, é muito importante que todos os cristãos sejam um foco de paz , de perdão e de reconciliação.


Fonte: catholic.net

NINGUÉM PERDE POR ESPERAR!




“Por isso desci a fim de libertá-lo da mão dos egípicios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel...” Ex 3,8a


Nesta quaresma temos meditado, através da Liturgia Diária, sobre a história de conversão do povo de Deus durante os quarenta anos no deserto. Esse povo caminhou em busca de um sonho, aguardando a realização de uma promessa.


Com certeza cada um de nós vive hoje a expectativa da realização de um sonho, uma meta; seja na área profissional, afetiva, familiar... Enfim, não importa a idade que temos e as conquistas que fizemos ao longo da vida, sempre teremos algo a esperar de Deus.


Se pesquisarmos no dicionário, veremos que existem vários sinônimos para o verbo “esperar”: Ansiar, almejar, aguardar, confiar, acreditar. De todos, creio que os dois últimos, sejam os mais importantes e significativos para nós cristãos.
Esperar em Deus é confiar que Ele é fiel as suas promessas e acreditar que Ele pode fazer o que muitas vezes para nós é impossível.


Mas a espera é fácil? Com certeza não! O povo hebreu durante a travessia no deserto da espera viveu tempos de lutas, de infidelidades, de questionamentos, murmurações e dor... Foi alimentado com o Maná, mas chorou de saudades das cebolas do Egito, por quê? Porque queriam soluções imediatas, sinais e felicidade sem sacrifício e sofrimento... Algo muito próximo do que nós vivemos.


Como vimos na Pregação do Padre Fábio postada no blog, esse tempo de travessia é necessário para nós porque faz parte de um processo. Fugir desse processo por medo ou impaciência de viver o tempo necessário de espera e aceitar soluções imediatas, é aceitar qualquer pedacinho de terra árida quando a promessa de Deus é pela terra ampla e prometida, onde correm leite e mel. Então não podemos nos contentar com o pouco, ou com qualquer coisa, mas confiar que Deus nos faz esperar porque Ele está nos preparando para nos dar o MELHOR, e exatamente o que precisamos.


A paciência é, sem dúvida, um preceito para a espera. E o tempo cronológico de espera será diferente para cada pessoa, porque o processo que cada um precisa passar também é único. Nunca nos esquecendo de que o tempo de Deus não é o nosso e Ele como Senhor de todas as coisas, que sabe de tudo aquilo que necessitamos para a nossa travessia, não nos deixará sós.
Não há espera que seja fácil e que não implique em dor. Mas se o sofrimento não nos trouxesse algum tipo de ensinamento, não haveriam por ai tantos testemunhos de pessoas que se superaram e descobriram novos horizontes e até um novo sentido para a vida após a dor e após uma perda. Muitas vezes é preciso perder para ganhar.
Jesus, o Filho de Deus, antes de passar pela glória da ressurreição, passou pelo sofrimento da Cruz, esperou três dias, desceu à mansão dos mortos e só então foi vitorioso sobre a morte. Quem somos nós para querer chegar ao arco íris sem passar pela aridez do deserto, ou para merecer a glória, sem abraçar a nossa Cruz?!


Eu tenho vivido um longo tempo de espera: onze anos desde que Deus respondeu a um pedido meu com uma promessa. E muitos foram os ensinamentos que Ele me proporcionou através desse duro processo de paciência. Muitas e muitas vezes, tive a tentação de aceitar uma terrinha árida qualquer por não querer atravessar o deserto; há um preço a ser pago pela fidelidade ao Deus das promessas. Há todo um povo que ao longo do caminho se levanta para dizer: louca, insensata! Isso não vale a pena, é duro demais, ninguém mais vive assim...


O mundo de hoje come as cebolas do Egito sabendo que são marcas da escravidão, mas têm medo do preço a ser pago pela liberdade. É mais fácil ir na onda dos outros do que “nadar contra a maré”, porque fazer isso exige sacrifício e coragem. É mais fácil agir como todo mundo age porque assim, eu terei respostas e soluções imediatas para os meus sonhos, mas será que essas respostas são definitivas, sólidas e verdadeiras? Será que ter aquela terrinha árida no meu tempo, do meu jeito vai me fazer mais feliz do que esperar pela Terra Prometida pelo Senhor, no tempo Dele, segundo a vontade Dele?


Eu posso testemunhar que ninguém perde por esperar! Não é fácil. Mas tudo o que é difícil de ser conquistado tem mais valor e é mais sólido. Minha força e minha tranqüilidade estão na certeza de que o Senhor é fiel, e não é um Pai que dá pedras quando um filho lhe pede pão.


Jesus pagou um alto preço na Cruz para que eu e você não fossemos mais escravos de ninguém, nem de nós mesmos, das nossas vontades e desejos e quando me refiro a desejos, falo de todo tipo, pois eles são reais em nossa vida, porém não podem ser mais forte do que nós e nos escravizar. É por Jesus que eu vivo a minha espera, vencendo minhas vontades e desejos pela expectativa da realização dos meus sonhos Nele, com Ele e para Ele, pois não quero ser como aquele povo que murmurou, foi infiel e morreu pelo caminho, sem alcançar o arco íris, a Terra Prometida. Preferiu as cebolas à espera pelo leite e pelo mel. De nada me adiantará um pedacinho de terra árida onde o Senhor da minha vida não puder habitar, será um sonho vazio. e sem sentido.


Se você vive a expectativa pela realização de um sonho, um ideal, uma meta; se aguarda uma resposta de Deus e acredita que ela está demorando, creia: Deus muitas vezes atrasa os nossos sonhos, porque os sonhos Dele para nós são muito maiores e melhores!
Confie e espere pelo MELHOR e não se contente com qualquer coisa que lhe for oferecida, pague o preço, ele é alto, eu sei, mas vale a pena. Não viva de ilusões, felicidades momentâneas, viva de certezas em Deus e de alegrias verdadeiras!!!

Fraternalmente e com esperança,

Rosangela,
Comunidade Mater Crucis.

III DOMINGO DA QUARESMA


Moisés, diante da sarça que ardia, mas não se consumia, é o símbolo do homem diante da transcendência de Deus, e símbolo da aceitação humilde do chamado divino para cumprir uma missão. Diante da visão, Moisés deve tirar as sandálias, porque o lugar em que está é santo, está na presença do Santo dos santos, deve purificar-se para ficar na presença do Senhor. O evangelho é mais explícito na hora de tratar a necessidade da conversão: "Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo". Paulo apresenta uma interpretação alegórica da passagem do povo de Israel pelo deserto e nos convida a não sermos incrédulos como os israelitas, mas a estarmos atentos para que quem pensa estar de pé não caia.

As etapas da salvação


O período da quaresma nos apresenta as grandes etapas da salvação. No primeiro domingo da quaresma lemos o credo do povo de Israel que narrava, brevemente, a escravidão no Egito, a libertação e a posse da terra prometida. No segundo domingo meditávamos sobre a promessa feita a Abraão e a Aliança. Neste terceiro domingo da quaresma, a liturgia nos apresenta uma das passagens mais importantes da bíblia: a teofania a Moisés no monte Horeb. É a prefiguração do recebimento da Lei no Sinai. O fogo que não se consome simboliza a natureza e a presença de Deus. Por isto, quando Moisés se aproxima daquele curioso espetáculo, precisa tirar as sandálias; o homem não pode se aproximar do Deus Santo de qualquer jeito, faz-se necessária uma purificação e uma conversão da alma e do coração.

Os fiéis se aproximam do mistério pascal, da mesma forma como Moisés se aproximava da sarça ardente. Neste mistério podemos ver a manifestação de Deus, a presença de Deus, a vontade de Deus de libertar seu povo da escravidão do pecado. A experiência da glória de Deus foi um compromisso definitivo para Moisés. Ele passa a ver toda sua vida dentro da dimensão do divino, pois o mandamento de Deus não pode ser desprezado ou interpretado de outro modo. Vê também, a imensa desproporção existente entre o mandato de libertar seu povo e as forças pessoais; nem sequer sabe falar. E ainda mais, não têm um profundo conhecimento de Deus: pergunta seu nome. O Senhor se revela como Eu Sou aquele que Sou. Ou seja, ele é o único Deus que existe. Qualquer outro ídolo é um equívoco. Deus é único e só a ele devemos servir e prestar culto. O versículo 12 do capítulo terceiro do Êxodo - versículo que não faz parte da liturgia de hoje, mas que está dentro do mesmo contexto - dá uma prova e uma confirmação a Moisés: "eu estarei contigo, respondeu Deus; e eis aqui um sinal de que sou eu que te envio: quando tiveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus sobre esta montanha". A verdadeira libertação consistirá no culto ao verdadeiro Deus e este será o motivo que Moisés apresentará ao faraó mais de uma vez (cf. Ex 5, 1; Ex 5, 3; Ex 8,4).

A verdadeira libertação da escravidão - não a do povo egípcio, mas a do pecado, que é muito mais tirano acontece em Cristo. O verdadeiro culto está em Cristo, cordeiro de Deus que foi imolado por nossos pecados. Ele é o novo Moisés que nos liberta da escravidão e nos conduz para a salvação através de seu mistério pascal.


A conversão do coração


O evangelho nos incita à conversão do coração. A idéia de fundo é clara: nós não somos menos pecadores do que aqueles que sofreram uma morte indigna. Todos somos igualmente pecadores e todos estamos necessitados da misericórdia divina. Misericórdia esta que é a abundantemente derramada no tempo quaresmal. Agora é o tempo da salvação, o tempo da conversão. A parábola da figueira estéril nos mostra a paciência de Deus que sempre espera o momento oportuno para a conversão do pecador. De certo modo, nossa vida é a visita do bom agricultor que cava e cuida da figueira para que dê frutos. A conversão acontece no interior do homem, quando o homem entra dentro de si mesmo e faz a verdade de sua vida, quando vê que suas ações não correspondem com aquilo que crê e, como o cego do caminho, suplica: filho de Davi tem piedade de mim. Não é sensato adiar a conversão da alma, pois não sabemos a hora em que terminará nossa passagem pela terra. Além disso, somente a conversão a Deus nos torna realmente felizes e enche nossa alma de frutos, e os homens que caminham a nosso lado também precisam de Deus e de nosso testemunho de vida.

Como viver tudo isso

O sacramento da penitência


A quaresma nos apresenta a oportunidade de revalorizar o sacramento da penitência. A meditação das etapas da salvação que fazemos neste período nos conduz à conversão do coração. O Senhor está próximo. O Senhor vem. O Senhor deu sua vida por nós. Devemos promover este sacramento em todos os níveis: com as crianças, na sua primeira confissão e ao longo de sua infância; com os jovens, através de jornadas penitenciais bem preparadas e ambientadas num clima de paz e silêncio; com os adultos em retiros ou momentos específicos, para atender somente a eles. Todos precisamos do perdão de Deus. Não nos afastemos do altar de Deus, pois somente em Deus está nossa salvação.

A vigilância na vida cristã


Dentro do amplo campo da ascese cristã, a vigilância tem um papel bastante importante. São Paulo nos recomendou hoje: quem pensa estar de pé veja que não caia. Trata-se do santo temor de Deus, do temor de perder a Deus. Por isto, devemos vigiar: o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. A vigilância não é um estado de inquietação, pelo contrário, é o recolhimento sereno profundo de todas as potências para viver sempre em Deus, em paz, fazendo o bem e praticando a caridade. Quem vigia, como a boa sentinela, espera a aurora, está atento para que o inimigo não entre em seu terreno, vive com esperança do amanhã e é profeta da esperança


Fonte: catholic.net

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O Nome “Mater Crucis” sintetiza: Plenitude do Ser Mãe. Maria por sua Maternidade Divina acolhe aos pés da cruz os filhos de Deus dispersos. Como Comunidade, buscamos viver a vida Fraterna, contando com a Providência Divina e nos esforçando na vivência radical do Evangelho.

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