Será que temos uma visão certa do que seja um Namoro Santo?
Com toda certeza passa por valores que estão cada vez mais fora de moda hoje em dia, como a castidade. Mas creio que seja muito mais do que isso. É algo lindo de se pensar mas não podemos ter uma visão fantasiosa das coisas. De minha parte espero viver um namoro onde haja diálogo, respeito; onde haja comunhão, partilha; onde Deus seja o centro e acima de tudo, espero encontrar em um namorado também um amigo com quem eu possa dividir minhas alegrias, tristezas, conquistas, dificuldades...enfim, alguém que possa caminhar comigo em todos os sentidos e juntos possamos crescer.
Mas será que um Namoro Santo é uma visão do céu?! Creio que não! Ao menos não no sentido de acreditar que um Namoro Santo será perfeito e portanto, para vivê-lo eu precisarei encontrar uma pessoa igualmente perfeita.Nesta hora me vem Jesus e toda sua pregação, a forma como escolheu os doze, os milagres que fez e aqueles que Ele privilegiou. Eram perfeitos, eram pessoas prontas? Não! Mas a diferença entre nós e Ele muitas vezes, é que Ele não se prendia ao externo e via o coração. Assim escolheu Pedro, um turrão, ignorante, analfabeto e inconstante para ser a Pedra sobre a qual fundaria a sua Igreja, porque viu o coração dele e entre tantos problemas, soube ver em Pedro aquilo que poderia ser através das transformações que só o Amor pode fazer na vida das pessoas.
Creio que ai está a porta de entrada para que o namoro seja de fato Santo: o Amor e a capacidade de transformação que ele tem. E para viver isso é fundamental sairmos da exterioridade.Precisamos nos perguntar: quero viver um namoro santo, mas quem eu devo namorar? Será que não estamos procurando uma pessoa que seja conforme todos os nossos gostos e preferências, tenham uma beleza física, não tenham nenhum tipo de problema, sejam inteligentes, maduras, resolvidas, enfim: prontinhas! Será essa a pedagogia de Deus? Será que nos dando a pessoa prontinha Ele nos garantirá um Namoro Santo? Creio que não! E se eu conheço bem Jesus, não mesmo!
O que santifica o Namoro não é a perfeição, mas a convivência com aquilo que no outro pode até me incomodar. É aprender a amar o outro dentro das limitações que ele tem e ajudá-lo a ser melhor e a crescer a partir disso. É ser canal de cura para o outro que tem problemas, que é chato às vezes, que é imaturo, que não age como eu gostaria, mas que carrega em si e no coração um algo mais que faz valer a pena. Quer algo mais lindo do que saber que você foi para o outro instrumento de Deus para curas e transformações? Olhar para o início, o meio e o decorrer do namoro e ver o quanto os dois cresceram juntos, tudo o que foi conquistado ao longo do tempo e da convivência? Isso é Santo, e tenho certeza: isso agrada a Deus!
Precisamos ser vigilantes com aquilo que estamos esperando de um Namoro Santo e sobre como temos lançado nossos olhares para as possíveis pessoas com as quais podemos ou nao viver isso. Os nossos critérios de escolha tem sido os de Deus, os que Jesus usaria ou temos buscado padrões humanos, pessoas perfeitinhas? Esperamos príncipes e princesas ou pessoas para viver algo diferente que realmente faça sentido em nossas vidas?Estejamos atentos ao que Deus nos fala para não perdermos oportunidades que Ele nos dá simplesmente porque o nosso presente não veio embalado como queríamos. Não se esqueçam nunca: embalagem não é presente! O que importa é o conteúdo, ou seja, o coração, e o coração a gente consegue ver mesmo que esteja envolvido em uma casca de "imperfeições".
Por fim deixo o que um missionário da Canção Nova escreveu sobre esses critérios de escolha:"Talvez a pessoa que procuramos seja totalmente diferente ou tenha as mesmas preferências nossas, mas o importante na relação é ter AMOR; o resto se aprende e se adquire com o tempo. E é preciso levar em consideração também que, quem decidirá com quem iremos namorar será na maioria das vezes nosso coração. Se perguntarmos aos pais com certeza eles darão uma lista com inúmeros ítens do que pode e não pode ter a pessoa que iremos namorar. Estão errados? Não! Mas creio que é uma decisão madura que temos que ter, e escolher o melhor possível."
Rosangela,
Comunidade Mater Crucis.
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